Sunday, November 28, 2004

Era uma vez

... tinha uma cara bonita e embora fosse da realeza era como se tivesse crescido entre o povo. Ferviam dentro de si os ideais democráticos possíveis na altura e toda a plebe o adorava. Talvez o achassem um pouco liberal de mais; por vezes devido às suas ingénuas políticas de negócios estrangeiros a terra não crescia e não produzia por ser explorada pelos vizinhos mas na verdade o que ele gostava era de dar lanches com bolas de Berlim com creme e pãezinhos de leite com fiambre ou marmelada. Um dia estava a cavalgar nos já pouco vermelhos campos do feudo distante de sudoeste quando encontrou um encapuçado que se dizia ancião, a sua estranha vestimenta ostentava no peito e nas costas um símbolo que o príncipe não conseguia exactamente distinguir como sendo uma bola de fogo ou uma onda do mar, as insígnias por baixo não eram de seu conhecimento e o ancião falava num dialecto estranho como se algumas palavras perdessem partes e outras ganhassem, o príncipe convidou o ancião a participar numa das suas festas "e lá estarão as mais formosas senhoras que alguma vez verá", o príncipe presumiu que o ancião tinha ficado com o corpo preso no tempo visto que ele não parecia envelhecido, mas tinha uma estatura diferente: uns ombros mais largos que o comum, mais alto que o homem normal e tinha um aspecto limpo e brilhantem, diferente de todos os homens que passeassem no campo, que o princípe não conhecesse já pessoalmente. Depois de cavalgarem rapidamente pelos campos de ralabanas e juizacos, pelos pomares de galas e lhopis (os lhopis eram de longe mas tinham-se começado a plantar no principado), de trepar a ponte e descer o monte chegaram ao terreno palacial. O príncipe levou com uma pedra na cara e deixou de ser bonito.


O FIM




Rammstein - feuer frei

Wednesday, November 24, 2004

No país certo

Pois é meu caro, estou fora daí. Não foi com poucas tentativas que consegui finalmente usar os acentos todos que costumamos usar na nossa nobre língua... Escrevo de um subúrbio que não tem nada a ver com aquilo a que normalmente chamamos subúrbios, grandes prédios, sujas ruas e esquisita gente... um a sério campus ... uma coisa difícil de encontrar em qualquer recanto desses, surpreendentemente normal e educada gente, e uma quantidade incomum de giras raparigas... a vida não fica muito melhor do que a tentada numa escola de teatro: o estudo em voz alta e a facilidade de conversar com gente que é completamente desconhecida é qualquer coisa de diferente... Fazia então um reconhecimento até ser abordado por uma pessoa que me pergunta se eu estou perdido:
- Não não estou perdido, estou só a espera de uma amiga que deve estar a sair...
- Oh.. está bem.
- You don't have a light by any chance do you? - disse eu enquanto ele abria a porta do barracão ao lado do edifício principal.
- Yes I do just a second... - à medida que abria a porta do barracão ele acendeu a luz - here... here's your light.
- Ohh...
- Sorry... i just couldn't resist.
Era o Jardineiro, não era um professor nem um estudante, mas um jardineiro com o nonsense pseudoignorante sentido de humor que gostaria de encontrar mais frequentemente nas pessoas de todos os dias. Acho que há um grupo de pessoas minhas conhecidas que definitivamente estão a viver no errado país... aqui não é preciso dizer "eu percebi, estava a brincar".
Realmente não tenho nada de remotamente interessante para escrever hoje mas quis dar um ar de "Estou longe, preciso de escrever uma carta e por isso uso a primeira hipótese que posso para contar uma pequena história verídica com alguma piada".
Será que finalmente me vou conseguir abstrair da viagem turística para uma semana de vida normal cá fora? Será que uma semana não chega para nada e tenho definitivamente que vir viver para aqui?... espero bem sim...

Alas não estou a ouvir nada hoje, é quasi-necessário ouvir música enquanto escrevo ao computador, já associei as duas coisas e sinto a falta de uma quando tenho só a outra...

Tive uma ideia genial, vou-lhe chamar "esplanada a sério"... as esplanadas em Lisboa são um pedaço de merda, ninguém consegue lá estar a não ser os turistas que acham que ao se sentarem numas cadeiras com um guarda sol na baixa ou num miradouro a comer um prego e tapas (entenda-se presunto e queijo)... Principalmente agora que é proíbido fumar em sítios públicos fechados tenho a sensação de que uma esplanada (mesmo no inverno) seria um rentável negócio. Uns candeeiros com toldo e aquecimento, umas mantas em cima das cadeiras e bebidas quentes com ou sem alcoól são de certeza aquilo que um grupo de pessoas que queira conversar fora de casa precisa.

Animos companheiros

Monday, November 22, 2004

Sofisma

O prémio Nobel da Medicina em 1996 Rolf Zinkernagel disse numa entrevista recente que "Nunca existirá vacina contra a SIDA".
António Lobo Antunes disse: "O Nobel é bullshit mas uma shit que vale montes de massa".
Disto se tira?...


Kelis - In public (feat Nas)

Elftor enjoys Stand up comedy

Esta é uma banda desenhada que recomendo vivamente a quem não tem mais nada para fazer enquanto navega pela net:
- Elftor é um elfo racista, homofóbico, xenófobo e tem o desejo de no futuro ser um reconhecido genocida ou um simples assassino de massas sem padrão; o seu melhor amigo é um bocado de queijo e as suas aventuras (umas mais giras do que outras) tentam sempre enveredar pelo caminho mais gore e activo em termos de crítica social... Vale a pena ver e aqui deixo uma amostra onde podem clickar e ir dar ao site http://www.elftor.com/elftor.php?number=183 .

Sunday, November 21, 2004

Domingo

Depois de um sábado genialmente bem passado veio o dia de Domingo.
O domingo é de todos os dias aquele em que me sinto mais inútil, no domingo não me preocupo em levantar-me antes do meio dia, nao me preocupo em tomar banho assim que me levanto, não me preocupo em fazer o que quer que seja nem antes antes nem depois de me esparrachar no sofá directamente vindo da cama para ver - e isto foi o que aconteceu hoje - um compacto Conan O'Brien que tinha episódios que já tinha visto, durante estes zappava entre os 4 canais "nobres", a sic radical e o VH1. No domingo não me procupo sequer em apontar ao meu irmão que está no computador a jogar há 9 horas consecutivas, de lhe dizer que vá pôr o prato do almoço (que está na mesa do computador) à cozinha ou de elaborar um argumento para que ele saia. Eu até acho que ao domingo não me preocupo em vestir roupa para sair de casa a não ser que tenha qualquer coisa planeada... Eu não penso em trabalho, não penso em estudar, não elaboro teorias, não me preocupo com a loiça que está por lavar no lavatório e que tanto me incomoda ver quando como na cozinha, não me importo de adormecer a meio da tarde, não tenciono ver nada de especial na televisão, não vou buscar a roupa que já está engomada para pôr no armário e nem sequer me importo que os cereais que comi logo depois de acordar se tornem no almoço...
Quando acaba o domingo e começo a pensar como o desperdicei... tenho pena que não seja sábado para o poder passar genialmente outra vez e desperdiçar o domingo de novo.

Astor Piazzola - Yo soy el Negro

Friday, November 19, 2004

Eroica

Foi em 2004 que o actor, produtor e realizador Mel Gibson lançou o seu filme polémico "The passion of christ"; e eu na minha ingenuidade defendi o filme. Contrariando todos os que me diziam que o filme não prestava, que não tinha história, que era demasiado violento, sensacionalista, desnecessário e presunçoso por ser falado em aramaico a minha posição sempre foi de extrema aceitação do filme e admiração da coragem para o lançar, em qualquer altura, quanto mais durante a instável situação religiosa que se vive no mundo actual (e que sempre se viveu, para dizer verdade).
O filme tinha uma qualidade que eu distinguia por uma aglomeração de factores, aliás, exactamente pelos argumentos mais comuns de depreciação do mesmo:

- a história não é um elemento que requira uma originalidade ou diferença enorme para que torne um filme bom, pode acontecer que seja muito mais importante a maneira como se conta a história do que a história em si. Porque é que "a branca de neve e os sete anões" contados pela disney é bonito e o mesmo conto visto naquelas cassetes de vídeo do "já nas bancas" não? Um final imprevisível não torna de imediato um filme bom, tal como uma história banal não torna um filme estupidificante. Para mais, como relato histórico e tal como o título do filme diz, a Paixão é sobre isso mesmo: "A Paixão de Cristo", ou seja, o caminho percorrido desde a sentença de Cristo à sua morte;
- A violência no filme é extrema, e extrema foi a violência com que foi tratado Jesus Cristo aquando da sua tortura e crucificação. Uma crucificação não é indolor e seca, implica sangue e "carne a saltar" tal como uma tortura com chicotes de farpas. A violência gráfica do filme não é gratuita, é uma violência necessária para o despertar de consciência de muitas pessoas que não vêm a sua religião como deveriam ver - fruto do sofrimento genuíno de um homem que estava convencido de que o que estava a fazer era realmente para a salvação da espécie humana - e por isso não a apreciam devidamente. A violência impiedosa permite-nos sentir psicológicamente (ou pelo menos aproximarmo-nos muito) o que pode ter sido sentido pelo corpo em tortura, e desta maneira dar o verdadeiro valor à vida em paz e com amor como ensinada pela religião.
- O aramaico é uma tentativa inovadora (e a meu ver bem conseguida) de fornecer uma visão mais realista da época, sim porque "A Paixão" é um filme de época, e talvez de fuga ao cliché que presume que no cinema só existe a língua "Americano".
- O antisemitismo inerente ao filme é virtual visto que a verdade é que Jesus Cristo foi mesmo julgado, torturado e morto por judeus; o facto de isto ser mostrado não nos permite tirar conclusões de qualquer tipo de tentativa de segregação criada pelo filme. Cada indivíduo é como é, e se no passado os filmes mostravam os romanos como tiranos ou os alemães como bestas estas interpretações não podem ser dissecadas partindo do princípio da má fé do escritor ou do realizador mas sim apercebendo-se da situação relatada e dos indivíduos em questão.
- Existe um diabo a meu ver bem caracterizado (nem homem nem mulher como todos os anjos)e que serve para manter algum interesse místico e esotérico num filme que tendo a ver com religião tem que seguir regras que não são explicáveis de uma maneira palpável ou factual.


Embora a guerra religiosa não seja uma coisa nova é preciso admitir que estamos num periodo hostil para este género de manifestações e o lançamento deste filme prova uma certa coragem de Mel Gibson face a críticas que poderiam muito bem tirar-lhe grande parte da sua legião de fornecedores de dinheiro (fãs).

Ora no outro dia passei por um canal que mostrava "A vida fabulosa de Mel Gibson" e aí mostravam que este ilustre senhor vendeu o copright do seu filme para que se pudessem fazer pendentes com pregos da cruz e bugigangas do género baseadas no filme e que tivessem "Oficial from The Passion of Christ". Depois de me dar conta do que estava a ver decidi que o que quer que eu tenha interpretado ou concluído do filme não partilha em nenhum ângulo ou plano da visão do realizador e produtor que apenas viu um grande filão depois da primeira exibição do seu filme. Desta maneira mantenho o que disse acima sobre o filme mas retiro-lhe competência.




Estava a ouvir Guru & Herbie hancock - Timel

Thursday, November 18, 2004

Jazigo

Encontrei este anuncio:

__________________
JAZIGO

Vende-se

Cemitério Prazeres
Remodelado
8 Lugares Vagos

TM:96*******
_________________


1º Quem vai para o jazigo que importância é que dá ao facto deste estar remodelado ou não?
2º 8 Lugares vagos? Em quem é que estava a pensar o vendedor? Na família real do Nepal?
3º Como é que o anterior detentor e suponho usufruidor do Jazigo (visto que está remodelado) arranjou um número de telefone ou maneira de por o anúncio? Ele não está morto?

O pior é que mostrei isto a alguém depois de dar umas boas gargalhadas e disseram-me que era... habitual... que remodelarem os jazigos era habitual?
A propósito... o nome cemitério dos Prazeres foi concerteza dado por alguém extremamente devoto e ansioso por encontrar o seu criador.

Uma curusiosidade: o próximo anuncio da golden grahams foi filmado por duas produtoras; uma francesa e a sua capataz portuguesa, a primeira chama-se "coma" a segunda "alucínio"... tirem as conclusões que quiserem.

A ouvir Jill Scott - a long walk

Wednesday, November 17, 2004

Bem falar de alta competição

O Expresso tem organizado o Campeonato Nacional de Língua Portuguesa, esta iniciativa é de louvar e deve ter sido imaginada por alguém que tem dois ou três filhos adolescentes e ficou chocado quando pela primeira vez na vida prestou atenção à conversa deles quando entrou na sala.
O concurso estava aberto a inscrições de todas as idades, divididas em dois níveis: menores e maiores de 18 anos; qualquer coisa assim não estou propriamente dentro do regulamento. Cerca de 15 mil pessoas responderam aos testes de qualificação. Este concurso leva-nos a uma conclusão tão irónica que só poderia acontecer no mundo real (em sonhos seria impossível), um concurso no qual todos os portugueses deveriam chegar à final, visto que falam e escrevem português (supostamente) desde que nasceram e melhor treino do que esse não é possível. Eu achava um piadão se, ao bom género do "staring competition", pudessemos estar "num pavilhão atlântico repleto de entusiastas desta nova modalidade!" (oiço a voz do Jorge Perestrelo) a ver duas pessoas a falar português bem falado e ficarmos frenéticos por estes dois atletas conseguirem fazer aquilo que todos deveriamos conseguir. Não obstante esta observação o concurso é de certeza dirigido por alguém muito bem intencionado e com valores e prioridades bem definidas a meu ver. E não põe de parte a cultura popular portuguesa propriamente dita e um exemplo disso é a pergunta de escolha multipla número 9 que diz:
9. Qual é a expressão popular de resposta a quem insistentemente pergunta as horas?
A. Faltam dez réis para meio tostão.
B. Uma sardinha para um quarteirão.
C. Um soldado para um batalhão.
D. Todas as anteriores.
E.Qualquer das anteriores.

Devo apontar que falta a opção: "são horas de comer pão"; mas não é grave aparte de que D e E são virtualmente a mesma resposta. AHA não são nada, se fosse "QUALQUER" essa já não poderia ser "A expressão" mas "UMA das"... bom, passando à frente...
Para quem acha que este concurso é uma fábrica de pseudointelectuais e tem aversão ao eruditismo, à eloquência, a qualquer tipo de intelectualidade ou simplesmente a um racio de palavrões ou erros menor que 1 por frase pode sempre tentar a versão calão do concurso em que se deve corrigir as pessoas que falam mal calão na rua:
A: Eiiina estou a ver bué amarelos
Concorrente : Bués Bués
A: Yah bués amarelos bués

Tuesday, November 16, 2004

Dissertação gastronómica

Em continuação ao meu discurso sobre gelatina do post anterior gostava de expor uma teoria que tenho vindo a desenvolver ao longo de vários anos:
Existe na Ericeira - essa terra de ouriços, jagozes e meninos de Lisboa - uma casa chamada Pão da Nossa Vila, padaria de passagem obrigatória para qualquer visitante da terra de surf por excelência em Portugal. Ora, eu não quero falar dos seus croissants com chocolate razoáveis, nem das suas tranças gosmosas, nem sequer dos outros bolos que não são nada por aí além... mas os "queques da Ericeira" esses queques sim, pagam sózinhos uma viagem. Mas... e aí começa o meu ensaio, existe uma maneira para comer estes queques, que aliás serve para qualquer tipo de queque só que estes em particular são o exemplo perfeito. Um queque, para ser bem comido, tem que ser começado por baixo, aquela parte que desagrada a toda a gente porque não é nem estaladiça nem brilhante e tem a enervante propriedade de ser seca, esta parte pode ser agradavelmente comida se for ingerida depressa (defendo até por vezes que o seja feito tudo de uma vez) e de preferência com um copo de leite à mistura para que não se fique embuchado; vão-me dizer: "ahh mas leite não presta sumo é muito melhor e tal", mas eu insisto: leite é muito mais nutritivo e tem um sabor que condiz perfeitamente com tudo o que sai de uma padaria. Ora depois de despachada a parte menos agradável seguem-se as MAMAS. Sim, mamas salientes, estaladiças e com um muito ligeiro travo salgado que as torna realmente deliciosas; estas deve ser comidas uma a uma e lentamente pois o momento é para disfrutar na sua plenitude. Só depois, e para acabar bem, comemos a cabeça, essa bossa brilhante que nos chama das mais variadas formas: com maçã, noz, passas, pinhões e outros guarnecimentos tais que levam qualquer um a uma loucura extasiante.
Tal como disse esta técnica pode ser aplicada a outros queques, mas quem nunca experimentar nos queques da ericeira nunca perceberá o porquê da necessidade de teorizar esta prática.
Resumindo: os queques da ericeira comem-se de baixo para cima, não vale a pena andar com rodeios ou cerimónias; primeiro a parte debaixo, depois as mamas, só depois a cabeça e garanto-vos que encontrarão uma intensidade de prazer muito maior do que a esperada num simples queque.

Também se recomendam as merendas num sítio que não sei o nome mas é numa rua que sobe à direita de quem está de frente para o mercado e os biscoitos de manteiga do "Gama". Estes são de um consumo mais livre tomando em conta que qualquer merenda é melhor quente do que fria.


Rodrigo Leão - A Casa

Sunday, November 14, 2004

Jelly Belly

Há declarações que têm que ser feitas e "os Jelly Bellys são mesmo muito bons" é uma delas.
Jelly Bellys não são uns ursos de gelatina normais, melhor, eles nem sequer são ursos são feijões... Fejões mágicos! Não daqueles ordinários que se plantam e cresce um feijoeiro gigante mas feijões que se transformam no sabor que dizem ter quando se põem na boca (no pacote há um guia para cor-sabor). Estes sabores vão do banalíssimo "bubble gum" ao enjoativo "buttered popcorn" e o melhor é ainda o facto de os feijões poderem ser misturados para criar sabores novos! Existem receitas clássicas e novas para estes novos sabores! Como por exemplo a de mon cherri sem alcoól que leva dois feijões de verry cherry e um de chocolate pudding, ou a de salada de frutas que se consegue facilmente com feijões de tangerine, juicy pear, raspberry e peach! Para um verdadeiro sabor Jelly Belly deve-se comer um de cada vez mas para um doce gourmet e/ou criativo uma mistura não é um desperdício.



Para mais informações www.jellybelly.com e se alguém quiser contacta-los para vender cá façam-no... por favor...

Acabei isto a ouvir Jazzanova - Caravelle

Saturday, November 13, 2004

Morreu Arafat. Viva o presidente!

Depois da morte de Yasser arafat o dono do mundo chegou à conclusão que está na altura de estabelecer um estado palestiniano e, e cito: "spend the capital of the United States on the establishment of such a state"... isso quer dizer que os estados unidos passam a ter 52 estados? Ou o iraque ainda não conta como 1?
Ora, é quando morre um prémio nobel da paz que o maior candidato ao prémio ignóbil da mesma decide instaurar uma "paz hostil" no ambiente fácil do Médio Oriente principalmente quando já provou a sua grande capacidade de resolução de problemas do género como é o caso do Iraque e do Afeganistão que são hoje em dia magnânimes utopias, militares claro... E é claro que agora é que interessa ao mundo e ao povo palestiniano um estado livre e democrático. É quando a porta está aberta que vale a pena entrar... Precioso, Precioso foi o facto de Bush ter chamado a Tony Blair um lider visionário - tem que ser... para poder circular nas ruas de londres - na ultima conferência de imprensa. Blair foi chamado ao longo destes anos o cãozinho de bush. No entanto é bem ao contrário, o senhor presidente é o retriever que guia o gentlemen inglês invisual, retriever não, um chiuhaha que é bem mais feio... Haja cuidado nas estradas, não se atirem para o meio dos carros e atravessem na passadeira sempre que puder ser, não queremos mais... mas se virem um chihuahua a levar um cego com chapéu de coco acelerem a fundo, esses cães feiosos fazem de propósito para passar sinais vermelhos e fora da passadeira.



Ouvindo Comme Resuts - Kéinsse Xórisse

Friday, November 12, 2004

São martinho

Eu sei que venho atrasado e que são martinho foi ontem, no entanto gostava de por a dúvida à mesma:
- São Martinho era um soldado francês que às portas da cidade de Amiens viu um pedinte que estava com frio e deu-lhe metade da sua capa... à noite teve um sonho com Jesus durante o qual este lhe dava a metade que ele tinha oferecido ao pobretanas. No dia seguinte ele acordou e a capa estava inteira... Pimba! SANTO. Mas não vamos por aí... Ora na Flandres, na Alemanha na Austria e na Holanda os miúdos fazem procissões com lanternas e cantam musicas. O prato tradicional nestas zonas é o ganso (porquê um ganso? se eu vir comentários respondo...). E agora a minha questão... de onde vêem as castanhas e porque raio é que no colégio em que eu andei nos ofereciam bolas de berlim com coca cola?


A ouvir Jazzanova + capitalA - the one-tet

Thursday, November 11, 2004

Espectáculos

A audiência nos espectáculos é o maior espectáculo de todos. Devia haver críticos de audiência... o problema é que são sempre uma espécie de "grupo de abertura"... aquele grupo que nunca se sabe se vai ser bom ou mau.
Há duas diferenças irritantes entre a audiência e um "grupo de abertura" é que o segundo pode ser bom (e até muito bom) enquanto a audiência só pode ser ou má ou neutra (entenda-se, não incomodativa)... talvez possa até ser simpática e civilizada o que acrescenta qualquer coisa... ok meio ponto não se tira um inteiro; no entanto, (e a isto tira-se um ponto e meio ou talvez até dois) se o grupo de abertura não prestar podem acontecer duas coisas mandam-nos embora ou acaba-se o seu tempo, ora a audiência FICA LÁ O ESPECTÁCULO TODO!!!, o que é extremamente enervante:
- A mulher de 62 anos ao nosso lado no teatro a comer rebuçados de uma maneira salivar fazendo ptsse ptsse ptsse e a desembrulhar devagar para que o barulho nos incomode durante mais tempo e a um tom de sussurro irritante ou o miúdo de quatro,cinco, seis anos que não devia estar ali, está aborrecido, refila e pede telepaticamente um par de estalos.
- O pulha que tal e qual como quem trauteia uma melodia num concerto (que é perfeitamente admissível desde que não seja outra qualquer que não a que está a ser tocada pelo artista) tenta bater palmas num espectáculo de flamenco como as senhoras espanholas que estão sentadas e passaram a vida a ensaiar as suas palmas de maneira a que saia de facto de uma maneira agradável e não descincronizadas.
- A multidão inteira que insiste em bater palmas quando o diálogo ainda não acabou e a piada seguinte era muito melhor do que a anterior. Esta também se aplica a "antes da música acabar", "depois do afinar dos instrumentos" e "durante a diminuição de volume de um espectáculo que vive de palmas, estalinhos e de sons que implicam que se oiça e não que se faça outros (foi no STOMP)".
- Um gajo atrás de mim ou ao meu lado num concerto a cantar outra música de outro grupo qualquer quando tento ouvir o grupo para o qual paguei, ou se nao paguei não deixo de estar ali àquela hora por qualquer razão.
- O SHHH, quando uma pessoa está a falar no cinema o shhh só serve para irritar e fazer ainda mais barulho... essa pessoa há de se calar pois ela também está ali para ver o filme para o qual pagou o bilhete, o shhh não é uma solução é um prolongamento do problema, um "cale-se por favor" é capaz de ser mais eficaz ou até mesmo um sinal gestual ou dar dois estalinhos com os dedos (funciona).
- A gorda da direita que na falta de um comic relief decente num filme de terror diz "tão querido" ou "tão fofinho" quando aparece um gato, um pinguim ou um coelho, ou que numa cena de acção daquelas "solução de último segundo" diz: "ufa que sorte!". (não não sou gordofóbico mas este estereótipo é mesmo assim)
- Eu! Que nunca consegui pedir à mulher para cuspir o rebuçado, dar o par de estalos ao miúdo que o pedia, pegar numa metralhadora automática e chacinar a multidão que não sabe quando aplaudir e dar um tiro no pulha do segundo travessão. Dizer "cale-se por favor" é fácil mas se a gorda da direita estiver mesmo na cadeira ao lado temos medo que desate a tornar-se emocional e que chore ou pior... que meta conversa connosco.


Por favor desligue o seu telemóvel...


Estava a ouvir RZA - Ninjastep

Tuesday, November 09, 2004

E agora para uma coisa que não é completamente diferente mas que eu gostaria que fosse

Pois é, resolvi estrear-me na blogosfera depois de vários matutanços e uma sugestão alheia.
Este blog tem o objectivo de fornecer aos seus leitore... huh... de te fornecer informação maioritariamente inútil, infundamentada na maior parte dos casos, com um possível e forte carácter subjectivo nalguns casos e clara, explícita e decidida muito raramente. Não é suposto ter sempre piada, não é suposto ser sempre sério, mas, sempre que conseguir vou fazê-lo de maneira a que não tenha qualquer tipo de utilidade para quem o leia; com alguma sorte talvez não consiga faze-lo em todos.

Quando abri a conta para este blog tentei dar-lhe um nome giro, peguei em duas palavras: "peideia", que vem do grego: conhecimento, instrução, educação (numa tradução livre) e "useless", do inglês inútil. Era suposto ter um significado simbólico do género: duas línguas dominantes no seu tempo. O Grego de Homero e o Inglês de Shakespeare encontram-se no título de um blog insignificante. No entanto achei de mau gosto ter "uselesspeideia" como título do meu blog, por isso mesmo evolui a palavra "peideia" - que a propósito soa a peido - para pédia, sim, eu evoluí... não 10 séculos de linguística cof cof; e mudei a palavra "useless" para inútil porque nós portugueses também já fomos uma língua dominante e porque caramba por muito pessimista e liberal que seja há que haver nacionalismo, pelo menos um pouco. Para além disso, Homero era um cego plagiador e Shakespeare fumava coca por isso bem que se podem contorcer na cova por não serem homenageados no meu blog que pouco me importo.


Quando acabei de escrever este post estava a ouvir:
Jazzanova - fedime's delight

O Ultimo filme que fui ver foi "Partitura inacabada para piâno mecânico" de Nikita Mikhalkov Baseado na peça "Platonov" de Anton Tchekov. E como diria António Rodrigues, que não sei quem é mas escreve: "...pequeno milagre que é o resultado de muito trabalho e muito talento de um cineasta que a crítica se esforça por ignorar (o que é uma vergonha, mas não para ele), num filme que vem lembrar-nos, mais uma vez, a qualidade excepcional do cinema "de autor" feito na URSS nos anos 60 e 70. O tempo passou e os filmes ficaram."
Quando crescer e deixar de ser ignorante gostava de ter a competência para fazer apreciações críticas como esta... pequeno desabafo.

recomendo:
www.cinemateca.pt
www.meiaculpa.blogspot.com

E quando descobrir como se põe secção de links deixo de por estes no fim do post.