Friday, October 28, 2005

Vale a pena falar de:


Os actores (considere-se também actrizes) são um grande critério para escolher o filme que se vai ver, podem-se escolher por serem versáteis, por serem bonitos, por encarnarem bem uma certa personagem, por serem carismáticos e terem caracter, muitas vezes quando um actor faz bons filmes podemos supor que os seguintes são bons porque assumimos que este actor tem um critério (a certo ponto da sua vida claro) de escolha no que toca ao seu trabalho e/ou uma preocupação pela reputação.

A partir de hoje e esporádicamente aparece uma nova rúbrica na inutilpedia. "Vale a pena falar de:" é sobre gente. Não é uma coluna social mas biográfica (quem conhece o significado da palavra não precisa de ler o resto deste parágrafo) onde escolho expor (e obviamente não comentar) pontos interessantes acerca de certas figuras públicas com caracter, agrade-me ou não se tiver um género próprio e tiver uma identidade pouco comum provavelmente terá lugar nesta coluna. Sempre que possível ponho uma citação.


Achei que a pessoa perfeita para começar esta coluna seria Steve Buscemi que é um actor que está na minha lista de actores-"Ai é com esse? Então afinal quero ver!".


Número #52 na lista "The Top 100 Movie Stars of All Time" da revista Empire [Outubro 1997]

Aparece em cinco filmes dos irmãos Cohen, morre em 3 deles.

Esfaqueado na garganta, cabeça e braço durante uma cena de bancadaria num bar em Wilmington, na Carolina do Norte a luta tb metia o Vince Vaughn que foi preso por arrasar um dos attacantes de Buscemi. É desta cena que apareceu a cicatriz grandalhona que tem na cara.

Apareceu no seu antigo quartel de bombeiros (onde trabalhou de 1980 a 1984) no dia 12 de setembro de 2001 para ajudar a procurar sobreviventes e bombeiros desaparecidos. Trabalhou uma semana inteira em turnos de 12 horas voluntariamente, anonimamente (até ser descoberto... obviamente)

Fez de modelo para a H&M em 2000

Fez o casting para a personagem de George Constanza em "Seinfeld"

A narração audio do circuito turista da penitenciaria de Philadelphia, Pennsilvania era com a sua voz.

Foi lutador de wrestling no liceu e jogador de futebol, não era nerd no liceu pelo contrario era considerado "Jock".



"My favorite review described me as the cinematic equivalent of junk mail. I don't know what that means, but it sounds like a dig."

Patton & Rahzel

Sunday, October 23, 2005

Loira

A cerveja é uma bebida do caraças. Mas um sempre diz que a sua é a melhor. Começa-se por não gostar, é uma questão de hábito, bebe-se pelo amor à ebriedade ou por curiosidade e depois de uma semana começa-se a toma-la por gosto. A nossa Loira Portuguesa é fantástica e por muito que quando saímos enaltecemos as vantagens que têem a outras lembramo-nos sempre que há uma característica naquela loirinha (talvez por hábito ou por memória) que sabemos ser inultrapassavel por qualquer outra. Temos ruivas e negras, outras loiras, alemãs, holandesas, belgas, espanholas a cobra indiana, todas com aquele toque que nos faz pensar: "Porra que boa cerveja, em Portugal não há cerveja assim!". Mas nós também sabemos que aquela loirinha que vem com a pressão ideal é aquela que ao, fim da tarde, depois do amoço ou à noitinha sabe melhor do que qualquer outra.

Vida a imagens por segundo

Se virmos um filme na televisão o filme demora menos tempo a acabar do que demoraria se o víssemos no cinema.
No cinema o projector passa o filme a 24 fotogramas por segundo, a televisão passa os filmes a 25 fotogramas por segundo, logo por cada 24 segundos do filme que passam na televisão perdemos um segundo da versão em filme (veja-se filme, película). Daí num filme de hora e meia visto na televisão perdemos cerca de 3 minutos e 45 segundos de filme que acabamos por ganhar noutra actividade, se depois de ver um filme na televisão se fumar um cigarro, podemos então pensar que ganhamos 1 minuto e 45 de vida extra, visto que popularmente é certo que cada cigarro tira 2 minutos de vida.

Integração vs identidade

Na equipa em que jogava todos tinham talento, boa capacidade física e os requisitos necessários para serem bons jogadores, a parte de um ou outro que tinham chegado onde chegaram (mesmo no meio pequeno em que se estava) por conhecer alguém ou por estratégias menos leais; ele tinha uma identidade diferente no sentido em que dava uma importância à táctica que os seus colegas não davam, era a sua característica, uns gostavam de ir ao ginásio, uns tinham talento natural, uns gostavam de jogar com a cabeça (diga-se cérebro), uns simplesmente iam mais aos treinos e por isso evoluíam, mas ele gostava era da táctica.
Toda a família via nele uma paixão maior do que outra qualquer pela táctica e os amigos, não só os da equipa como os de fora da equipa, também o associavam instantaneamente a esse interesse – um pouco como o professor Fonseca e o macramé – quando viam jogo táctico lembravam-se dele e quando descreviam o seu amigo não podiam deixar de lado a sua paixão pela organização e previsão de jogadas.
Houve um momento em que depois de ter tentado acabou por ser aceite numa equipa da primeira liga, aí sim jogavam como ele gostava, tudo eram planos, organização, funcionava tudo como uma engrenagem perfeitamente económica e bem oleada. No entanto, e apesar de o terem aceite na equipa porque ele era quem realmente interessava ao treinador e porque este achava que ele tinha potencial para jogar naquele género de equipa, ele não conseguia deixar de se sentir fraco e pior que os outros: os outros iam mais ao ginásio, tinham mais talento natural e jogavam de uma maneira mais inteligente do que ele alguma vez tinha visto, todos iam aos treinos todos, ainda treinavam por vezes nos tempos livres e pior, eram jogadores tacticamente bastante melhores, por vezes até parecia que falavam de outra maneira tão mais evoluída e mais conhecedora era que ele achava que não percebia e não conseguia acompanhar.
Tudo aquilo que ele queria era jogar na primeira divisão e irónica e cruelmente começou a perder a identidade que tinha e a ganhar um grande sentimento de inferioridade, passou a ser mais uma das ovelhas tácticas em vez de a ovelha táctica num grupo de ovelhas diferentes, e pior, no rebanho em que estava era a ovelha que ficava para trás, a que tinha a lã mais curta e a que dava menos leite, tacticamente falando claro.