A Jessica estuda Marketing.
Foi há pouco tempo que comecei a gostar e a dar importância à cultura super pop. Esta é a cultura da revista de famosos, barata, de folha fina - há por acaso categorias dentro deste género, folhas mais grossas formatos menos chungas - e fotografia ou explosiva ou inconclusiva. Textos mediocres mas de donde sai de vez em quando uma frase mais aceitavel que nos faz pensar "nem todos os trabalhadores desta área são ignorantes ou idiotas, mas sim há um ou outro que até o faz ou porque não tem outra opção no mercado ou porque gosta dessa cultura e já a ve como eu imagino".
Ja vejo videoclips do David Hasselhoff e os "programas da tardinha sexagenária"(como o das 2 as 3 e o preço certo) ou da "adolescente fofoqueira"(Como o Glamour e o CarasTv para dar exemplos portugueses) com prazer. Não um prazer querendo dizer que gosto mesmo de ver (em certa quantidade) e rio-me ou penso como não passa em alguns outros programas que vejo com o proposito de ter outro género de experiências.
Mas o que tem piada é que a falar com a Jessica apercebi-me que ela é tipo a personificação do super-pop culture no seu (imagino eu que se possa usar esta palavra em relação ao assunto sem aspas a este ponto do texto) melhor, e também a vê com olhos que não são o do habitual impensante leitor. Que é impensante neste género de revistas tal como em muitos outros, há seguramente impensantes a ler todos os géneros, as porporções são diferentes mas também sabemos que a quantidade de consumidores não pensantes dos géneros artístico tende a diminuir com o tempo; tal qual o rock mais classico já não é um género considerado repulsante e alias está a iniciar a sua fase de consideração intelectual, como o jazz já é considerado como um género intelectualmente apreciavel em vez de "musica sem sentido", e na musica classica já não se suicidam e drogam e normalmente são lúcidos e morrem tarde, não querendo dizer que deviam morrer mais cedo mas que simplesmente não morreram cedo (cedo será até aos 30?).
A super pop culture talvez demore mas em 50 anos não chegará? Em 100? alguma vez de certeza. E ela distingue as melhores revistas das piores revistas super pop, reconhece que a finura do papel tem a ver com a intenção e busca de qualidade do publicador, é exigente nos formatos e diverte-se a le-las; tem alias completa consciência que é assim e ainda que tenha cerca de 24 anos não tem vergonha, ainda que esteja perto de pessoas que abominam esse género como são muios estudantes universitários europeus e mesmo que os de marketing sejam mais tolerantes é interressante.
LCD Soundsystem - tribulations
