Monday, May 23, 2005

"Capitalismo vs comunismo" ou, "Como até a tolerância em excesso é prejudicial"

"O comunismo é uma Utopia", quantas vezes é que estamos a tomar café num sítio qualquer e não ouvimos um grupo de estudantes de liceu ou da universidade (normalmente com algum dinheiro) a usar este comentário absolutamente verdadeiro mas normalmente usado de uma maneira muito pouco pragmática? Normalmente este facto é usado como argumento contra o comunismo e a favor do capitalismo sem sequer se aperceber - a pessoa que o usa - que é absolutamente válido ao contrário. O capitalismo não é uma utopia? Ambas as correntes nos seus extremos visam o bem estar de todos, são deontologistas de certo modo, no entanto não consideram um factor muito importante: a necessidade de protagonismo, individualismo e a propensão humana para o egoísmo e o bem estar próprio em detrimento do dos outros. Vamos usar um pensamento redutor, os vermelhuscos dizem "tudo igual para todos", os outros dizem "a cada um o seu que isto há de equilibrar". Pois é mas considerando que a população mundial é muito grande (maior do que devia pelo menos), para todos termos o mesmo temos que ter pouco, e para que cada um possa ter o que quer, alguns têm mais do que querem, alguns têm o que querem, alguns têm menos do que querem e outros não podem ter nada. Nem vale a pena considerar os líderes, com ou sem os líderes iría tudo dar ao mesmo mas ao termo-los, estes podem ser os previligiados e escolher os seus equivalentes em condições.
Não estou a tentar defender o comunismo, se vivessemos num regime comunista e se no passado tivessemos tido um trauma com o capitalismo estaria a inverter estas palavras neste texto... mas continuando.
Outro argumento muito usado é que "está provado que o capitalismo funciona melhor e isso vê-se nos dias de hoje", a única particularidade deste comentário é que é usado por pessoas que vivem bem no regime (Estaline, Fidel e amigos de certeza que achavam ou acham o regime comunista a coisa mais fantástica do mundo), mas, da mesma maneira que os carregadores de foices da Samara se sentiam talvez descontentes, ignorantes e a morrer de fome, de certeza que há várias criancinhas no Congo ou na Somália que não sabem nem o que significa descontentamento e ignorância como não sabem soletrar aquilo de que estão a morrer. Aí temos que fazer a decisão: o que é pior? termos todos pouco e durante muitos anos não nos darmos conta que dá para ter mais, ou termos muito pouco e sabermos que há quem tenha mais do que aquilo que pode disfrutar? Eu não sei a resposta e é por isso que estou a escrever isto... não que a queira, ninguém a pode dar... e esse é o problema da tolerância, por pensar muito no assunto e não conseguir escolher a camisa certa com a qual sair à rua ou acabamos por sair nus ou por não sair de todo, por isso é necessário deixar uma no armário e trazer a outra; qualquer que seja, mas quem não consegue? Quem é demasiado tolerante? Pode-se dizer que a tolerância pode atingir a demasia? Não pode pois não? Pode sim senhor... e é por isso que a maior parte das pessoas verdadeiramente tolerantes e liberais não se podem dedicar à política, todos estariam em vias de estar satisfeitos, mas uma flecha que anda sempre e só a metades o caminho entre a mesma e a parede nunca toca a parede (já lá dizia Zenão).
Isto está incompleto não está?

Frase do dia "As mulheres são todas umas putas, menos a minha mãe que é uma santa" - Fergus (Charles Denner) em "La marieé etait en noir" de François Truffaut.

Led Zeppelin - Whole lotta love

Monday, May 16, 2005

Elftor de volta

Não aguentei, tive que por esta vinheta que achei bestial, o cartonista do elftor anda como eu, sem imaginação para novas coisas, mas esta antiga é brilhante.












N.E.R.D. - Backseat love