Wednesday, November 24, 2004

No país certo

Pois é meu caro, estou fora daí. Não foi com poucas tentativas que consegui finalmente usar os acentos todos que costumamos usar na nossa nobre língua... Escrevo de um subúrbio que não tem nada a ver com aquilo a que normalmente chamamos subúrbios, grandes prédios, sujas ruas e esquisita gente... um a sério campus ... uma coisa difícil de encontrar em qualquer recanto desses, surpreendentemente normal e educada gente, e uma quantidade incomum de giras raparigas... a vida não fica muito melhor do que a tentada numa escola de teatro: o estudo em voz alta e a facilidade de conversar com gente que é completamente desconhecida é qualquer coisa de diferente... Fazia então um reconhecimento até ser abordado por uma pessoa que me pergunta se eu estou perdido:
- Não não estou perdido, estou só a espera de uma amiga que deve estar a sair...
- Oh.. está bem.
- You don't have a light by any chance do you? - disse eu enquanto ele abria a porta do barracão ao lado do edifício principal.
- Yes I do just a second... - à medida que abria a porta do barracão ele acendeu a luz - here... here's your light.
- Ohh...
- Sorry... i just couldn't resist.
Era o Jardineiro, não era um professor nem um estudante, mas um jardineiro com o nonsense pseudoignorante sentido de humor que gostaria de encontrar mais frequentemente nas pessoas de todos os dias. Acho que há um grupo de pessoas minhas conhecidas que definitivamente estão a viver no errado país... aqui não é preciso dizer "eu percebi, estava a brincar".
Realmente não tenho nada de remotamente interessante para escrever hoje mas quis dar um ar de "Estou longe, preciso de escrever uma carta e por isso uso a primeira hipótese que posso para contar uma pequena história verídica com alguma piada".
Será que finalmente me vou conseguir abstrair da viagem turística para uma semana de vida normal cá fora? Será que uma semana não chega para nada e tenho definitivamente que vir viver para aqui?... espero bem sim...

Alas não estou a ouvir nada hoje, é quasi-necessário ouvir música enquanto escrevo ao computador, já associei as duas coisas e sinto a falta de uma quando tenho só a outra...

Tive uma ideia genial, vou-lhe chamar "esplanada a sério"... as esplanadas em Lisboa são um pedaço de merda, ninguém consegue lá estar a não ser os turistas que acham que ao se sentarem numas cadeiras com um guarda sol na baixa ou num miradouro a comer um prego e tapas (entenda-se presunto e queijo)... Principalmente agora que é proíbido fumar em sítios públicos fechados tenho a sensação de que uma esplanada (mesmo no inverno) seria um rentável negócio. Uns candeeiros com toldo e aquecimento, umas mantas em cima das cadeiras e bebidas quentes com ou sem alcoól são de certeza aquilo que um grupo de pessoas que queira conversar fora de casa precisa.

Animos companheiros

2 Comments:

Blogger Jair said...

Ja lhe disse em demasidas ocasiões que todas as brincadeiras tem um fundamento sério*.
Quanto a sua ideia genial,sendo voce uma pessoa com os pais que tem devia ter olho para o negocio,ou seja,se acha-se mesmo que a ideia era genial não a publicava.
Creio que este seu post "É para inglês ver"



*A não ser que se esteja mesmo a brincar é claro!

4:02 PM  
Blogger Pyny said...

Esperemos que a estadia não seja tão atribulada quanto a última. Ilumina-te.




A ouvir Beethoven (sonata 7)

10:13 PM  

Post a Comment

<< Home