Thursday, November 11, 2004

Espectáculos

A audiência nos espectáculos é o maior espectáculo de todos. Devia haver críticos de audiência... o problema é que são sempre uma espécie de "grupo de abertura"... aquele grupo que nunca se sabe se vai ser bom ou mau.
Há duas diferenças irritantes entre a audiência e um "grupo de abertura" é que o segundo pode ser bom (e até muito bom) enquanto a audiência só pode ser ou má ou neutra (entenda-se, não incomodativa)... talvez possa até ser simpática e civilizada o que acrescenta qualquer coisa... ok meio ponto não se tira um inteiro; no entanto, (e a isto tira-se um ponto e meio ou talvez até dois) se o grupo de abertura não prestar podem acontecer duas coisas mandam-nos embora ou acaba-se o seu tempo, ora a audiência FICA LÁ O ESPECTÁCULO TODO!!!, o que é extremamente enervante:
- A mulher de 62 anos ao nosso lado no teatro a comer rebuçados de uma maneira salivar fazendo ptsse ptsse ptsse e a desembrulhar devagar para que o barulho nos incomode durante mais tempo e a um tom de sussurro irritante ou o miúdo de quatro,cinco, seis anos que não devia estar ali, está aborrecido, refila e pede telepaticamente um par de estalos.
- O pulha que tal e qual como quem trauteia uma melodia num concerto (que é perfeitamente admissível desde que não seja outra qualquer que não a que está a ser tocada pelo artista) tenta bater palmas num espectáculo de flamenco como as senhoras espanholas que estão sentadas e passaram a vida a ensaiar as suas palmas de maneira a que saia de facto de uma maneira agradável e não descincronizadas.
- A multidão inteira que insiste em bater palmas quando o diálogo ainda não acabou e a piada seguinte era muito melhor do que a anterior. Esta também se aplica a "antes da música acabar", "depois do afinar dos instrumentos" e "durante a diminuição de volume de um espectáculo que vive de palmas, estalinhos e de sons que implicam que se oiça e não que se faça outros (foi no STOMP)".
- Um gajo atrás de mim ou ao meu lado num concerto a cantar outra música de outro grupo qualquer quando tento ouvir o grupo para o qual paguei, ou se nao paguei não deixo de estar ali àquela hora por qualquer razão.
- O SHHH, quando uma pessoa está a falar no cinema o shhh só serve para irritar e fazer ainda mais barulho... essa pessoa há de se calar pois ela também está ali para ver o filme para o qual pagou o bilhete, o shhh não é uma solução é um prolongamento do problema, um "cale-se por favor" é capaz de ser mais eficaz ou até mesmo um sinal gestual ou dar dois estalinhos com os dedos (funciona).
- A gorda da direita que na falta de um comic relief decente num filme de terror diz "tão querido" ou "tão fofinho" quando aparece um gato, um pinguim ou um coelho, ou que numa cena de acção daquelas "solução de último segundo" diz: "ufa que sorte!". (não não sou gordofóbico mas este estereótipo é mesmo assim)
- Eu! Que nunca consegui pedir à mulher para cuspir o rebuçado, dar o par de estalos ao miúdo que o pedia, pegar numa metralhadora automática e chacinar a multidão que não sabe quando aplaudir e dar um tiro no pulha do segundo travessão. Dizer "cale-se por favor" é fácil mas se a gorda da direita estiver mesmo na cadeira ao lado temos medo que desate a tornar-se emocional e que chore ou pior... que meta conversa connosco.


Por favor desligue o seu telemóvel...


Estava a ouvir RZA - Ninjastep

1 Comments:

Blogger Jair said...

Tens algo contra doces é?Sabes que quando acabarem as drogas pesadas elas vao dominar o planeta de celuloticos,ou de onde é que pensas que vem aquela alegria que a sabedoria popular atribui as pessoas com exesso de massa?Ah pois é eu amigo!!!Ve la com quem é que te metes,nao te esqueças que o loby da glicose leva o seu tempo apressadamente,quando menos deres por isso ja requesitamos o teu irmao para finalizar com as vozes da discordancia quem estam a insurgir ai do teu apartamento mental.

1:02 AM  

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